Recados do alto (Lucius)

Bezerra de Menezes compartilha conosco o que aprendeu numa reunião onde foram dados alertas sobre os momentos de transição que a Terra enfrenta...

— Queridos de minha alma, trago a vocês o que recolhi em importante encontro em planos superiores no qual se congregaram Espíritos superiores responsáveis pelos destinos da humanidade. Lá fui admitido por acréscimo da misericórdia existente de tão generosos Espíritos, certamente por causa das tarefas de que estamos incumbidos junto aos nossos queridos trabalhadores da seara do consolador prometido.

Não se deixem atribular pelo crescente das aflições e dos desajustes coletivos. Isso está sob a observação destes nossos dirigentes sublimes, que nos informam que a Terra penetra, nestes tempos, em mais densa zona de influência magnética primitiva, na qual já navegava há algumas décadas, mas que, agora, se torna mais compacta, com as consequências danosas para todos os que lhe aceitem a influência. Não se trata de área visível aos olhos ou aparelhos ópticos desenvolvidos pela tecnologia primitiva dos homens. E ambiente magnético-psíquico, cujo fulcro está no corpo celeste que se acerca cada vez mais de nosso sistema e que transmitirá não apenas suas influências gravitacionais e elétricas a tudo o que lhe esteja no campo de ação, mas, de igual sorte, envolverá a todos como essa densa nuvem de vibrações primitivas, atuando sobre tudo que lhe penetre a área de influência. 

Isso propiciará modificações de comportamento, eclosão de enfermidades em decorrência de sintonias negativas, alteração de hábitos, agravamento de tendências e defeitos pela somatória de forças de mesma direção, efeito da ressonância na harmonia dos Espíritos que vibrem segundo as influências inferiores derivadas diretamente do potente campo psíquico d° orbe estranho. 

Do mesmo modo que uma pessoa alegre irradia alegria para todos os que a escutam e que uma pessoa taciturna confina com pessimismo todos os que a rodeiam, o fenômeno da influência magnético-psíquica é o mesmo entre os corpos celestes e suas vibrações próprias. 

Imagine uma comunidade familiar em relativa harmonia, com seus integrantes acostumados às rotinas, todos adaptando-se às possibilidades e necessidades individuais visando ao bom convívio. 

Cada um tem seus horários, seus compromissos e, por isso, desenvolveram uma convivência harmônica com base no respeito e na cooperação. 

Agora suponham que, repentinamente, aquela família razoavelmente equilibrada necessite abrigar em seu seio um parente que chega de distante região para passar um período morando com eles. Faz parte da mesma herança genética, tem o sangue dos mesmos antepassados. No entanto, é um corpo estranho, com hábitos diferentes, rotinas e problemas próprios. 

Então, a comunidade familiar precisará adaptar-se para acolher o visitante temporário. Alguns vão ter que se apertar no quarto de dormir para que caiba mais um no ambiente. 

Certamente que vocês estarão pensando que o visitante deverá aprender a respeitar as maneiras de viver do grupo que o recebe para que incomode o mínimo possível. 

Mas, pergunto-lhes, o que será da harmonia daquela família se o novo morador não se preocupar com isso? Por possuir outros hábitos e outra educação, trará consigo modos conflitantes com os da família que o recebe. Se não respeitar o espaço dos demais, se não cumprir os deveres mínimos a que todos estão obrigados pela convivência, se não estiver habituado aos hábitos de higiene diária ou se for muito barulhento em tudo o que faça, como isso afetará o equilíbrio dos demais? 

Diante de um visitante com estas características, toda a estrutura se vê abalada. Alguns dos moradores, vendo que o novato se comporta por outros padrões, poderão querer imitá-lo, descobrindo afinidades e sintonias negativas que vêm a perturbar ainda mais a harmonia do todo. 

Outros poderão reagir de maneira violenta, agressiva, expondo o desequilíbrio que ainda carregavam em seu íntimo, no extravasar de sua fúria em atitudes rudes e desagregadoras, ou seja, cada qual demonstrará o conteúdo de defeitos ou virtudes que já conquistou. 

Assim está acontecendo com a nossa família planetária, meus filhos. 

Estamos recebendo um parente distante, com padrões mais primitivos e hábitos vibratórios ainda menos depurados que os nossos. 

Isso perturbará o equilíbrio da casa, produzindo ajustes materiais em todos os integrantes da comunidade. Todos os corpos celestes que compõem a família solar já estão sofrendo as alterações de suas rotinas por causa da presença do visitante temporário. Apertos, tremores e agitações, falando figuradamente, obrigarão a adequações naturais, dentro das leis que regem as influências gravitacionais nos diversos planetas, inclusive na própria Terra. No entanto, além desses ajustes mecânicos que são dirigidos pelas forças físicas, há todo o processo da influência vibratória sobre os membros das humanidades que fazem parte dessa família cósmica. 

Haverá os que, sentindo a nova influência, se sintonizem positivamente com ela e passem a imita-la, ajustando-se ao padrão inferior. Há os que a sentirão e, invigilantes no que tange às provocações externas, se entregarão à violência, aquela inclinação que possuem no íntimo e contra a qual não lutaram a contento. Existem os que vão se entregar ao desânimo, deixando que se instalem doenças físicas e psíquicas, entrando em estados de abatimento por sintonia com as emissões energéticas impuras que envolvem a casa pela chegada do morador intruso. 

A única e melhor defesa contra tal estado de coisas, entretanto, é a daqueles que, sabendo que a visita será transitória e que, dentro de algum tempo o visitante irá embora, mantêm o próprio equilíbrio, ajustam-se à alteração sem ódios, procuram fazer o melhor para diminuir o desconforto de todos, compreendem as limitações do visitante e sabem que não serão capazes de mudar-lhe os hábitos. Então, cultivando uma atmosfera de paz interior e equilíbrio espiritual, ajudam os outros moradores da mesma casa a encontrarem o equilíbrio, sustentando-os, aconselhando-os e acalmando-os diante do que é inexorável. 

A humanidade, doravante, por algum tempo, estará sob a influência primitiva nascida das vibrações densas desse visitante cujo curso o manterá em nossa comunidade planetária por algum tempo até que, obedecendo às leis cósmicas, retome o seu caminho e se afaste da família. Então, passada a tormenta, todos os seus membros poderão retomar suas vidas, enriquecidos pelo aprendizado da convivência e despertados para as próprias deficiências que se fizeram visíveis pela forma com que responderam à companhia indesejada. 

Os que aceitarem a influência do visitante, acreditando que seu modo de ser é mais adequado e combina melhor com seus exemplos e valores, irão fazer companhia ao visitante, transferindo-se da habitação e indo com ele para experimentarem novas emoções. Os violentos, os sensuais, os egoístas e orgulhosos, os indiferentes, os maus – enfim, todos os que estão se deixando tocar pelas más influências, demonstram pertencer ao cortejo de almas que se sintoniza mais com o visitante do que com a casa que os tem abrigado. Isso sela o destino de cada um, preparando-se a reforma da moradia terrena para que esteja aberta somente aos que se disponham ao respeito de seus princípios de boa convivência como irmãos. 

O aumento das tragédias pessoais e do volume de trabalho é causado por essa ampliação da carga vibratória inferior que estará engolindo a Terra na sua estrada cósmica, de cuja noite emergirá renovada em sua essência. 

E preciso, pois, que a noite se faça mais escura para que, por fim, a alvorada seja mais radiante. 

Que nossos irmãos médiuns e os sensitivos em exercício estejam vigilantes, pois ainda mais do que os outros, eles estarão mais acessíveis à captação dessas vibrações. Se não mantiverem a vigilância, são candidatos a conflitos mais intensos e, caso titubeiem, ao fracasso de suas tarefas espirituais. 

Se se deixarem levar pelo desânimo, pela presunção, pelo interesse pessoal, pelo medo, pela preguiça, sofrerão mais intensamente os potentes golpes magnético-psíquicos. 

Que cultivem nobres sentimentos, melhorando a mente e a emoção, afastando-se dos ambientes inadequados, sublimando as buscas e aproveitando todo o tempo disponível na prática do bem. 

A mediunidade que solicitaram como instrumento de crescimento e resgate poderá ser-lhes a ponte sobre o precipício ou o peso que os arrastará para o abismo, dependendo de como a utilizem. 

E nesse sentido que as casas espíritas e os dirigentes em geral devem estar avisados. Mantenhamos o equilíbrio enquanto o visitante nos atrapalha por um tempo. Ele não ficará entre nós para sempre. Que o centro espírita espalhe a dose de equilíbrio necessária e que vai faltar à maioria dos encarnados nos cruciais momentos quando a ação do visitante for mais intensa. 

Eis por que foi para esses tempos que Jesus destinou as lições claras do espiritismo, ajudando o encarnado a compreender as leis espirituais e a se preparar para tudo quanto está escrito visando ao cumprimento da vontade de Deus. 

Não esmoreçam, filhos do coração. Sobre nós, multidões de almas generosas nos observam e nos estimulam a descermos ao circo, enfrentando as feras com o cântico corajoso dos mártires da fé esclarecida. 

Esta é a nossa hora gloriosa, queridos irmãos. 

Cantemos em homenagem ao Criador que nos ama e aos Espíritos superiores que nos sustentam na hora do testemunho através do cântico do serviço no bem, incansável e imperturbável. 

Esperemos o visitante ir embora e, então, restabeleçam a harmonia, num estado de elevação interior que nunca antes havia sido vivido, para o bem dos remanescentes. 

Lucius;
Psicografia: André Luiz Ruiz;
Do livro: No Final da Última Hora, cap. 19. 






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