Atenção, Planeta Terra em Transição (Lucius)

As atividades espirituais se multiplicavam em todos os sentidos. Se um singelo núcleo cristão-espírita merecia a atenção das nobres inteligências interessadas na abertura das consciências, da mesma maneira o esforço do mundo invisível não deixava de se direcionar aos membros da grande família humana, em todas as áreas de sua influência.

Acompanhando os arautos da palavra divina, Espíritos empenhados na semeadura não desperdiçavam a menor oportunidade de espalhar a luz por onde se faziam ouvir.

Filósofos recebiam o amparo de Espíritos missionários do pensamento superior, inspirando-os às reflexões críticas, estabelecendo análises sobre a puerilidade das preocupações materiais, a inversão dos valores e a falência emocional da humanidade, governada pelos princípios morais inadequados.

Autoridades em diversas esferas de influência também eram objeto da ação das entidades invisíveis, que procuravam inserir em suas almas ideias mais elevadas em favor da coletividade, opostas àquelas que cultivavam, privilegiando, na maioria das vezes, a manutenção de poderes e riquezas às custas do povo.

Acompanhavam de perto as decisões políticas referentes ao destino da humanidade. Por isso, em todos os grandes eventos da comunidade internacional, nobres emissários invisíveis compunham a coletividade dos construtores de um mundo melhor, amparando o raciocínio dos representantes dos diversos países, na tentativa de reverter-lhes os atos es púrios, no esforço de modificarem o quadro de interesses, subalternos e manipuladores que sempre formaram o pano de fundo para a adoção das diferentes estratégias e intervenções políticas, em geral.

O modelo fundado na ganância, no lucro e na influência do poder econômico estava esgotando suas possibilidades, sobretudo quando se valia da tão nobre democracia para, defraudando seus conceitos básicos, escravizar nações, explorar pessoas, sugando-lhes a saúde e a força para garantir a riqueza. Baseada no mecanismo da geração de necessidades para estimular o consumismo, e da corrupção, para enfraquecer os valores, a máquina administrativa, com o falso discurso da liberdade de todos, multiplicava ansiedades através da criação artificiosa de ambições e desejos, deixando campo aberto à frustração dos derrotados e à degeneração ética, propiciando o suborno, o jogo de interesses, as negociatas fraudulentas e a depravação do caráter, sempre em busca dos louros do sucesso material.

Esta maneira de conduzir os destinos da humanidade, fosse de um simples pai de família, de um dirigente público ou de um governante eleito para comandar uma nação era um câncer social, cuja existência dependia dos vícios de caráter aos quais estimulava para fazer com que crescessem no ser humano.

Por mais sadio que possa parecer em termos de avanço tecnológico, a sociedade atual encontra-se em adiantado estado de apodrecimento, como nunca se vira em todos os tempos.

Apesar das luminosas conquistas da ciência, padecem os povos sob os tiranos que os dominavam, inclementes e ególatras. Nunca, em nenhuma época a democracia foi tão desrespeitada e manipulada, na prática, quanto no período histórico em que tanto se lhe decantam as virtudes e valores.

Oposições legítimas são consideradas ameaças ao estado democrático, justificando massacres ou perseguições. Ditadura de partidos e grupos políticos, mantidos no poder graças ao voto comprado pela influência econômica, eternizam dinastias regionais e nacionais, garantindo vantagens aos seus cúmplices de fidelidade cega e caráter venal, enquanto os oponentes e adversários recebem o peso da perseguição ou da lei injusta, a serviço dos interesses econômicos.

Essa teia apodrecida mantém a precária paz social, como um delicado cenário de belezas sustentado pelos bastidores do crime, da guerra, da escalada da ambição, da corrupção e da desumanidade.

A inversão dos valores marca a sociedade hipócrita baseada mais no parecer do que no ser.

Assim, os Espíritos superiores redobravam seus esforços na luta contra a consciência perversa, ainda que os resultados fossem pouco produtivos, antes que a sociedade se visse às voltas com os momentos difíceis que lhe assinalariam a nova era de crescimento real, aquela que se basearia não mais em estatísticas e números facilmente manipuláveis, mas, sim, a do homem moral, para cuja existência seria indispensável transformar o caráter dos Espíritos.

E isso não aconteceria sem dores profundas porquanto o remédio amargo, muitas vezes, é o único que, além de salvar o doente, educa-o para que não se entregue mais aos excessos de todos os tipos.

Pregadores eram inspirados, divulgadores do bem recebiam estímulos para não desistir, edificadores do ideal contavam com o apoio espiritual de almas devotadas que sustentavam suas lutas, não importava em que área do mundo estivessem atuando.

Enquanto isso, pequena comunidade de cientistas e interessados se assombrava com as modificações gerais sofridas pelos astros do sistema solar, inclusive a própria Terra.

Essas alterações estimulavam a intensa pesquisa sobre as suas causas, na raiz das quais a aproximação do conhecido corpo celeste previsto há muitos séculos se fazia sentir.

Ao mesmo tempo, tais intelectuais eram forçados a não tornar públicas suas preocupações e descobertas uma vez que, por questões de segurança, deviam notificar primeiramente seus respectivos governantes. Criava-se, assim, um monopólio da verdade, impedindo que o povo, mais uma vez, fosse claramente informado sobre os fatos. Com esse recurso do sigilo, os países garantiam o privilégio da informação para usá-la segundo seus interesses mais secretos, além de controlar a sociedade, que poderia entregar-se a distúrbios coletivos de difícil contenção.

Os mais importantes governantes tinham, pois, conhecimento das descobertas ao mesmo tempo em que adotavam medidas destinadas à própria preservação e à de parcela mais importante, mais capacitada e mais rica de sua população.

Maciços investimentos em abrigos subterrâneos, em medidas protetivas para autoridades e membros das altas hierarquias sociais e econômicas, disfarçavam-se das vistas desse público manobrável, sempre manipulado e enganado pelos dirigentes que elegera e que, em troca, o deixaria à míngua, exposto às tragédias, sem direito ou esperança.

Planos de contingência eram urdidos em gabinetes presidenciais, mantidos em sigilo absoluto sempre com a justificativa de se garantir a paz social. Além do mais, os próprios cientistas não dispunham de certezas absolutas, pela pobreza da tecnologia humana no avistamento e identificação das ameaças cósmicas com tempo suficiente para evitá-las, se fossem evitáveis.

Visando manter o controle, agências governamentais usavam da estratégia de confundir as informações, lançando descrédito sobre qualquer pessoa ou informação que viesse a contrariar suas políticas, revelando fatos que tais organismos insistiam em ocultar.

por esse motivo, as fontes oficiais não eram as mais adequadas para a construção de uma nova consciência ou para a descoberta da verdade real.

Em vez de difundir os fatos de maneira clara, adotaram a estratégia sutil de se valerem dos meios cinematográficos para difundirem pelo mundo, numa forma de se gerar ideias subliminares preparatórias para temas delicados. Por isso, proliferaram os filmes com temáticas catastróficas sobre o fim dos tempos, choques cósmicos, lutas pela sobrevivência, além de programas variados que se voltaram para a capacidade de sobreviver em situação adversa, ensinando as técnicas básicas para não se sucumbir diante dos desafios da natureza. Sutis ou diretas, tais intervenções traziam, em síntese, o objetivo de se criar no inconsciente coletivo a convicção de que algo muito grave poderia acontecer ao ser humano, tratando de maneira indireta as coisas que, sabiam, poderiam se tornar fatos concretos na vida de todos.

Enquanto os governos criavam essa cortina de fumaça numa política de despistar, iam escavando montanhas e construindo abrigos para seus membros, na tentativa de garantir a perpetuação das dinastias materiais que representavam.

Sempre a ilusão humana imaginando-se superior aos eventos evolutivos que lhe marcaram o passado e modelariam o futuro.

Apesar das teorias dissimuladoras, não eram os gases do progresso os responsáveis exclusivos pelas modificações atmosféricas. Ao lado deles, estava uma causa mais séria, origem das mudanças climáticas e magnéticas em quase todos os Planetas do sistema solar, uma fonte externa cuja existência seria negada até a última hora, quando não fosse mais possível aos governantes esconderem a realidade.

Sem notícias que os alertassem, os homens continuavam vivendo como se nada especial fosse ocorrer e sem motivos para acreditarem que o contrário os esperava.

Por isso, nos evangelhos canônicos estão estampadas estas cenas:

E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem.

Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. (Mateus, cap. 24, vv. 37 a 39)

Os astrônomos modernos haverão de estabelecer outras denominações para o astro que se aproxima, até mesmo com a finalidade de não estimular antigos vaticínios e previsões.

No entanto, não importa que denominação venham a lhe atribuir, certamente não evitarão os efeitos renovadores que já se fazem sentir de maneira direta sobre todas as coisas, inclusive no próprio Sol, com a modificação de sua atividade.

A omissão dos governos e dos responsáveis pelas informações, entretanto, não prejudicará a salvação das pessoas, porquanto a verdadeira salvação não é a do corpo, fatalmente condenado à desagregação, mas, sim, a do Espírito indestrutível.

Acostumado ao mundo de mentiras que construíram para o deleite de seus vícios, amedronta-se o homem diante das ameaças exteriores e imagina que vai salvar-se ao se esconder debaixo da crosta terrena. Entretanto, se estão negando aos seus semelhantes os alertas acerca dos eventos que se aproximam, os Espíritos não têm descansado no sentido de despertarem a consciência de todos, realçando a necessidade de reformarem seus sentimentos, de não se conectarem com o mal, de aprenderem a perdoar de verdade, esquecendo as ofensas. As entidades amigas não desistem de informar sobre a necessidade de mudarem o padrão vibratório interior, desligando-se ao máximo das coisas materiais para se as-serenarem intimamente, mantendo atmosfera de elevação e calma, fé e devotamento ao bem, através da constância das pequenas atitudes, dos pensamentos positivos.

Não se restringem ao chamamento religioso nem se prendem ao homem que use a fé como símbolo externo. Dirigem-se a todos os de boa fé, aqueles que podem sublimar sentimentos e pensamentos, vencendo tendências inferiores, tenham ou não alguma religião.

Todos os que desejarem a vida verdadeira devem buscá-la não no interior de montanhas ou em abrigos subterrâneos. Precisam escavar o próprio eu e dali retirar detritos acumulados por séculos de vícios, oferecendo à vida um novo panorama íntimo no qual não haja espaço para a ausência de ética, o interesse egoístico, a inferioridade das intenções.

Esse é o escudo real, aquele que é capaz de garantir ao candidato a única salvação que vale a pena buscar.

Por isso, é ilusão acreditar que medidas materiais adotadas pela tecnologia e pelo dinheiro sejam capazes de burlar a perfeição da justiça divina, garantindo a sobrevivência física daquele que não está preparado para a nova fase evolutiva da humanidade.

Os cruéis, os fomentadores de guerras, os exploradores da miséria humana, os espalhadores de vícios, os açambarcadores da esperança, todos eles cavaram a própria vala moral de onde não sairão por força de medidas desesperadas.

Tem inveja do que outros possuem e não consegue conviver com o sucesso de seus semelhantes? Fala mal deles pelas costas ou aumenta as calúnias que escuta, passando-as à frente?

Usa a fé como um instrumento de troca e Deus como um sócio poderoso para as horas ruins?

Carrega “santinhos” na carteira ou a cruz como joia no pescoço, mas não abre a carteira para ajudar a ninguém nem o coração para ter compaixão dos sofrimentos alheios?

Desrespeita a palavra empenhada, traindo compromissos profissionais, familiares, religiosos?

Apoia atitudes agressivas, estimula a violência de qualquer tipo e acha que a guerra é o caminho mais adequado para se chegar à paz?

Fala sempre a verdade, mesmo quando ela não lhe seja adequada ou conveniente? Sabe adiá-la quando vai ferir o semelhante com comentários duros e inúteis para o seu crescimento, evitando a franqueza destrutiva?

Sabe viver com os recursos de que dispõe? Conquista-os com o trabalho honesto e que não toma dos outros nada que lhes pertença, mesmo com a desculpa do lucro?

Supera as críticas alheias e segue trabalhando no bem tanto quanto possa? Aprendeu a não escutar o próprio orgulho, vencendo-o com atitude determinada?

Quantas vezes se olha no espelho em cada dia?

Sofre quando tem que dividir o que é seu ou quando lhe pedem algo emprestado? E quando é você quem toma emprestado, se ocupa em devolver devidamente preservado e corrigido?

Conduz-se com honestidade nas mínimas coisas de cada dia?

Sabe ensinar sem humilhar quem não sabe?

Sabe aprender sem ter o orgulho ferido ao demonstrar a própria ignorância?

Você não pode dizer que nunca soube desses deveres morais em sua vida, porquanto há milênios, convivem os homens com os chamamentos da lei, graças aos esforços do valoroso Moisés que foi o seu portador, para que não se esquecessem dos objetivos de Deus.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não mateis.

VI. Não cometais adultério.

VII. Não roubeis.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam. (Capítulo I de O evangelho segundo o espiritismo, “Eu não vim destruir a lei”)

Cada dia é a oportunidade de se fazer essa reforma, sem a qual a salvação não será conquistada, mesmo que você construa o mais sólido dos abrigos subterrâneos.

Salvar-se, pois, não significa procurar a escuridão para se esconder à sombra dos próprios desajustes.

Corresponde a iluminar-se por dentro, abrindo o coração e trazendo a consciência limpa diante da luz da verdade.

Não dependa dos governos e dos anúncios para se preocupar em começar. Quando eles chegarem, já será tarde demais.

Pense e faça isso enquanto há tempo.

Espírito: Lucius;
Psicografia: André Luiz Ruiz;
Do livro: No Final da Última Hora, cap. 34.



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