Solidariedade brasileira (Lucius)

Conforme as explicações de Bezerra de Menezes, instituições espíritas brasileiras serviram de apoio aos desencarnados no evento do Tsunami que assolou o Japão em 2011…

À frente dos milhares de Espíritos congregados para o evento, estava Bezerra, ao lado do qual outros mentores e operários do amor com responsabilidades ligadas ao destino da nação brasileira se encontravam.

Sem maiores cerimônias, o Médico dos Pobres assomou, à singela tribuna dizendo, depois da prece de abertura e da saudação fraterna:

— Prezados irmãos, fez-se urgente nosso encontro em decorrência da gravidade do tema. Atendendo a instruções de Ismael, a augusta e angelical entidade que governa os destinos de nosso amado Brasil em nome do Cristo de Deus, é indispensável que nossos núcleos espíritas se preparem para exercer a natural destinação atribuída à nossa nação como coração do mundo.

Segundo seus esclarecimentos, a tragédia que se abateu sobre a operosa civilização japonesa, lavrando em suas almas dolorosa página de perda e resgate, produziu dezenas de milhares de desencarnações bruscas, marcando essas almas com o selo do desespero e da agonia. Em questão de alguns minutos, milhares foram trasladados para o mundo invisível, boa parte dos quais sem o entendimento adequado ou o preparo prévio para a nova vida. Milhares de Espíritos estão presos aos destroços ou aos próprios cadáveres num quadro doloroso que compunge a alma mais preparada Não há dúvida de que tudo isso faz parte dos processos renovadores e não há na tragédia coletiva nenhum laivo de ira divina, como muitos haverão de qualificá-la.

Nos ordenamentos superiores não há espaço para os vícios humanos nem para o exercício de emoções inferiorizadas. Temos sido constantemente avisados sobre as transformações que estão a caminho, mas, apesar disso, a maioria adormece nas emoções materiais como se o mundo material fosse o único existente.

Isso não impede que a natureza tenha seu curso. Ao mesmo tempo em que os povos de inúmeras nações africanas gritam por liberdade e renovação, vítimas de governos despóticos e indiferentes, as forças do bem observam o avanço das mudanças previstas há milênios, reconhecendo o descompasso entre as leis do universo e o domínio egoístico que o ser humano tem imposto ao ambiente que ocupa, produzindo desalento e confusão na casa do Pai a que chamamos Terra.

Por toda parte, os elementos naturais continuarão a causar tanto as rupturas da tessitura social quanto das velhas práticas de dominação.

Ismael realça, assim, o momento da solidariedade entre irmãos que vivem em regiões não atingidas pelas catástrofes para com aqueles que, retirados da vida física, estão perdidos entre as ruínas em busca de seus bens ou dos entes queridos igualmente desaparecidos.

Não será menor a dor dos sobreviventes porquanto precisarão conviver com a reconstrução de tudo o que perderam sob o escuro panorama que se seguirá à tragédia material.

O medo, a contaminação, a carência de recursos, tudo isso vai aturdir a nação nipônica como um todo, pesando mais sobre os que se encontravam vivendo diretamente nas áreas atingidas.

Unir-se-ão as duas tragédias, para piorar ainda mais o psiquismo reinante, misturando lágrimas e lamentos dos encarnados e dos desencarnados, ensombrando todo o panorama.

Por isso, nossas casas de amor espiritual estão sendo solicitadas para receberem, na medida das possibilidades espirituais de cada uma, contingentes de desencarnados que, continuando a viver, carecem de paz para recuperarem o equilíbrio. Ao se sentirem acolhidos por corações generosos, mais fácil lhes será o entendimento e a superação, ainda que a plena vitória só se dará pelas determinações pessoais no sentido da conscientização de cada um.

Espírito Lucius;
Psicografia: André Luiz Ruiz;
Do livro: No Final da Última Hora, cap. 31.



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