Os Agêneres

"Um agênere (do grego a, privado, e - géiné, géinomai, gerar: que não foi gerado), segundo o Espiritismo, seria um espírito momentaneamente materializado, assumindo as formas de uma pessoa encarnada. O assunto é abordado por Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns."

(Estudo com base in respostas do Espírito de São Luís à Allan Kardec na Revista Espírita (2) - Ano 2 - fevereiro 1859 - Nº. 2 - Os Agêneres).

Os Espíritos podem se mostrar corporalmente em diversos lugares a para diversas pessoas. Assim, pode ocorrer que o Espírito se revista de uma forma bem nítida e tome as aparências de um corpo sólido, ao ponto de produzir uma ilusão completa e de fazer crer a presença de um ser corpóreo. Mas pode ocorrer que o Espírito revista uma forma ainda mais nítida e tome as aparências de um corpo sólido, ao ponto de produzir uma ilusão completa e de fazer crer a presença de um ser corpóreo. Enfim, a tangibilidade pode se tornar real, quer dizer, que se pode tocar, apalpar esse corpo, sentir a mesma resistência, o mesmo calor que da parte de um corpo animado, e isso quase pode se desvanecer com a rapidez do raio. (3)

Isso não depende da vontade do Espírito, pois o poder dos Espíritos é limitado e não fazem senão o que lhes é permitido.

Esses fatos das aparições tangíveis, são bastante raros, mas aqueles que se passaram nestes últimos tempos confirmam e explicam aqueles que a história conta a respeito de pessoas que se mostraram, depois de sua morte, com todas as aparências corpóreas. (3) Essas manifestação, se são raras, contudo, basta que sejam possíveis para merecerem a nossa atenção e estudo.

Os Espíritos que se manifestam como agêneres podem pertencer as classes inferiores ou superiores.

Se ocorresse tomarem um agênere por um homem comum, e lhe desejassem fazer um ferimento mortal este desapareceria subitamente. (4)

Os agêneres, como Espíritos, têm as paixões de Espíritos segundo a sua inferioridade. Se tomam um corpo aparente, algumas vezes, é para gozarem as paixões humanas; se são elevados, tomam essa forma para um fim útil.

As leis naturais ou de Deus não lhes permitem procriar, esse recurso é permitido somente aos seres encarnados.

Se um agênere nós fosse apresentado dificilmente haveria um meio para reconhecê-lo, a não ser pela sua desaparição, que se faz de modo inesperado.

A finalidade que pode levar certos Espíritos a tomarem esse estado corporal, de modo geral e para praticarem o mal, pois os bons Espíritos dispõem da inspiração, ou seja, preferem agir sobre a alma e pelo coração. Comumente, as manifestações físicas são produzidas por Espíritos inferiores, e estas são dessa categoria. Entretanto, os bons Espíritos também podem tomar essa aparência corpórea quando tem eles um objetivo útil.

Os Espíritos no estado de agêneres podem tomar-se visíveis ou invisíveis à vontade, uma vez que poderão desaparecer quando o quiserem.

Os agêneres não têm um poder oculto, superior ao dos homens senão o poder que lhes dá sua posição como Espíritos.

Eles, também, não têm uma necessidade real de se alimentarem, pois o corpo que usam não é um corpo semelhante ao do homem, a não ser na aparência. As vezes, podem aparecer se alimentando (por exemplo: almoçando ou jantando) com os amigos, e lhes apertam a mão (5), mas vale repetir, isso é unicamente para dar uma aparência, pois esses seres não necessitam de alimentos.

Tendo-se um agênere em casa, isso, seria antes um mal do que bem, pois de resto, não se podem adquirir muitos conhecimentos com esses seres, por isso, a aparição desses seres, designados sob o nome de agêneres, é muito rara, ela é sempre acidental e de curta duração, e não poderiam tomar-se sob essa forma, os comensais habituais de uma casa. (3)

Sensatamente um Espírito familiar protetor não toma essa forma, ele prefere as cordas interiores, pois as usa mais facilmente do que o faria sob uma forma visível, ou se o tomássemos como um dos nossos semelhantes.

NOTAS:

(1) Agênere - (Do gr. a, privativo e géine, géinomai, engendrar: o que não foi engendrado). Variedade de aparição tangível; estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva a ponto de iludir completamente os observadores. (Allan Kardec in Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas - Vocabulário Espírita)

Agênere - (Do grego - a, privativo, e - géiné, géinomai, gerar; que não foi gerado.) - Modalidade da aparição tangível; estado de certos Espíritos, quando temporariamente revestem as formas de uma pessoa viva, ao ponto de produzirem ilusão completa. (Allan Kardec in O Livro dos Médiuns, cap. XXXII )

(2) Jornal de Estudos Psicológicos Publicada sob a Direção de Allan Kardec.

(3) Ver Allan Kardec, Revista Espírita de fevereiro de 1860, Os Espíritos Glóbulos.

(4) Ver Allan Kardec, Revista Espírita de dezembro de 1858, Fenômeno de bi-corporeidade.

(5) Encontramos na Revista Espírita de abril de 1860 com o titulo de Aparição tangível este relato:

“No dia 14 de janeiro último, o senhor Lecomte, agricultor na comuna de Brix, arredores de Valognes, foi visitado por um indivíduo que se disse ser um de seus antigos camaradas, com o qual trabalhara no porto de Cherbourg. e cuja morte remonta há dois anos e meio. Essa aparição tinha por fim pedir a Lecomte que lhe fizesse dizer uma missa. No dia 15, a aparição se reproduziu; Lecomte, menos amedrontado, reconheceu efetivamente seu antigo companheiro; mas, perturbado ainda, não soube o que responder; o mesmo ocorreu nos dias 17 e 18 de janeiro. Não foi senão no dia 19 que Lecomte lhe disse: uma vez que desejas uma missa, onde queres que ela seja dita, e a ela assistirás? - Eu desejo, respondeu o Espírito, que a missa seja dita na capela de Saint-Sauveur, em oito dias, e ali me encontrarei. Ele acrescentou: há muito tempo que não te via e estava distante para vir te encontrar. Dito isso, deixou-o, apertando-lhe a mão.

O senhor Lecomte não faltou com a sua promessa; no dia 27 de janeiro, a missa foi dita em Saint-Sauveur, e ele viu seu antigo camarada ajoelhado nos degraus do altar, junto ao padre oficiante; mas nenhum outro que ele o percebeu, se bem que perguntara ao padre e aos assistentes se não o viam.

Desde esse dia, o senhor Lecomte não foi mais visitado, e retomou sua tranquilidade habitual.

NOTA. Segundo esse relato, cuja autenticidade está garantida por uma pessoa digna de fé, não se trata de uma simples visão, mas de uma aparição tangível, uma vez que o defunto amigo do senhor Lecomte apertou-lhe a mão. A isso os incrédulos chamarão uma alucinação; mas até o presente, esperamos ainda de sua parte uma explicação clara, lógica e verdadeiramente científica dos estranhos fenômenos que eles designam com esse nome, que nos parece antes um fim de não receber senão uma solução.”

Fonte:www.aeradoespirito.net/EstudosEM/OS_AGENERES.html





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação!