Consumismo impede que a vida seja desfrutada

O dinheiro, coisa estranha, pode ser tudo e nada ao mesmo tempo. Se utilizado bem, com consciência, leva ao progresso, impulsiona a prosperidade; se empregado de maneira equivocada, ao invés de auxiliar, torna-se estéril, carrega miséria e morte, promove flagelo, atormenta a existência.

Abordo o tema por sentir que, nesses últimos meses, atravessamos dias de exagerada valorização da riqueza e da cobiça. Avareza, um dos pecados capitais, está presente em nosso cotidiano de maneira cada vez mais marcante.

Infelizmente, em nosso meio assumidamente consumista e desperdiçador, falta harmonia e equilíbrio. Desejos (muitas vezes banais) se sobrepõem à possibilidade de transcendência, impedindo que a vida seja desfrutada em seu amplo esplendor de possibilidades.

Nesses tempos, abundantes como nunca de bens materiais e confortos de todo tipo, vivemos carentes, paradoxalmente, de prodigalidade. O dinheiro deixou de ser um meio e se tornou um fim em si mesmo. Muitas pessoas, iludidas, esquecem, cegadas pelo excesso de querer acumular, como saborear as frutas do jardim. Sem respeitar a utilidade do dinheiro, por todo canto a cobiça se espalha, uma idolatria vazia e perigosa.

Vamos entender com cuidado: o dinheiro não é mais do que dinheiro. Sem essa certeza, criaremos sociedades injustas e carentes de senso de dignidade, dando ao dinheiro mais importância do que ele tem. Refletindo bem, o dinheiro é coisa melancólica. Morrer com trinta milhões no banco é desperdiçar trinta milhões de oportunidades. Ainda pior, é assumir não compreender trinta milhões de vezes que não podemos viver sem os demais, sem nos socializarmos, sem nos unirmos uns com os outros.

Plutarco, grande na sabedoria e na sensibilidade, indicava: "a bebida elimina a sede, a comida satisfaz a fome; mas o ouro não elimina nunca a avareza". Tinha razão, o avaro nunca acumulou o bastante, nunca está seguro de ter o suficiente. Vive insatisfeito, interessado em ter um capital que não emprega para nada, pois, sem objetivos legítimos, sua trajetória não passa de um vício grotesco.

Com sua visão límpida das coisas, Gandhi indicou: "Na Terra, há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não tanto para satisfazer a avareza de alguns".

Acertou no diagnóstico e nas corajosas formas práticas de enfrentar serenamente o problema. Inspirados pelo otimismo inabalável que caracterizou a trajetória dessa grande figura devemos, entendendo que a contrapartida da avareza é a generosidade, lutar com confiança para que se espalhe tanto a generosidade material como sua irmã mais velha, a dos sentimentos.

Do ponto de vista da espiritualidade, posso afiançar que, na medida em que a generosidade se destaca, enfraquecem nossos carmas e a vida fica iluminada. Isso sim é que é poupança! 

Autoria: Marina Gold

Fonte:http://vidaeestilo.terra.com.br/horoscopo/esoterico/consumismo-impede-que-a-vida-seja-desfrutada-diz-vidente,fe6f5c9a98eac410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html






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