Trabalho de médiuns traz conforto para quem não tem mais esperança.
As equipes do Profissão Repórter encontraram histórias de dor e saudade.
As equipes do Profissão Repórter encontraram histórias de dor e
sofrimento. Em comum, pessoas que compartilham uma esperança no trabalho
espiritual dos médiuns.
Abadiânia – GO
De todos os lugares do mundo, e vestidos de branco, centenas de pessoas
chegam semanalmente a Abadiânia, no interior de Goiás. Quase todos
desenganados pela medicina tradicional, em busca de uma última ajuda.
Quem promove tamanha esperança é o médium João de Deus.
Toda pessoa que chega a casa onde atende o médium João de Deus é
atendida de graça e também recebe almoço gratuito. Financiada por
doações, principalmente estrangeiras, e com a venda de pedras e livros
espíritas, a casa continua a crescer.
O médium atende dentro de uma sala privada e, em certas ocasiões,
aparece em um palco para fazer intervenções visíveis. Na frente dos
visitantes, faz cortes com bisturi, tesoura cirúrgica e até faca de
cozinha.
Nas intervenções visíveis, não há anestesia nem algum tipo de assepsia
especial. Os cortes não parecem profundos e são fechados pelo próprio
João de Deus. A maioria das intervenções é feita apenas com o toque da
mão.
Os pacientes operados permanecem internados na casa por três dias. A
equipe foi impedida de entrar no local onde essas pessoas são mantidas,
segundo os funcionários da casa, porque a energia no local é tão forte,
que poderia “queimar a câmera”.
Para gravar uma entrevista com João de Deus, toda a equipe precisou usar
branco. A conversa durou menos de três minutos e o médium disse que não
se lembra de nada dos atendimentos. “Eu sou inconsciente. O que eu faço
é dormir”.
São Caetano – SP
O primeiro contato de Edson com o mentor, o espírito que ele diz
incorporar, foi no consultório de dentista. “Enquanto eu atuava no
paciente, eu vi a presença dos médicos atuando também no meu paciente.
Até aí eu não conhecia, depois que eu vim saber que era a equipe do
doutor Hans”, explica o dentista.
Doutor Hans é a esperança de cura para centenas de pessoas que visitam
um centro espírita em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. A sala
onde é feita a cirurgia espiritual é feita em uma sala iluminada em
verde. Segundo o médium, a luz verde facilita o processo de cura.
O médium não cobra pelas cirurgias espirituais. O centro é mantido com
doações e com a venda de lanches feitos pela mãe dele. O pai ajuda no
caixa. “Alguém tinha que ajudar, tinha que arregaçar as mangas e
trabalhar”, conta Maria de Lurdes Lorenzino, mãe de Edson.
Depois de atender cerca de 200 pessoas, o médium volta a ser apenas
Edson. “Eu não sou médium inconsciente, eu sou a maioria das vezes
consciente ou semi-consciente. Tem hora que eu sumo um pouquinho,
volto”.
Outros médiuns brasileiros afirmam receber a entidade do doutor Hans,
mas não quiseram dar entrevista. Um médium do Rio de Janeiro, que tem
como mentor o doutor Hansen, afirmou que os dois não são a mesma pessoa,
mesmo sendo bastante parecidos nos retratos da época.
Lorena – SP
Uma caravana parte do Rio de Janeiro para Lorena. A cidade fica entre o
Rio e São Paulo, em uma viagem de três horas. Dentro do ônibus, todos
buscam uma carta. Mensagens de familiares falecidos, que chegam pelas
mãos de um médium.
No centro espírita conhecemos o casal de médiuns Rogério e Marli. Eles
recebem aqueles que chegam. Todos preenchem uma ficha com o próprio
nome, o nome do parente de que buscam notícias, o grau de parentesco e
as datas de nascimento e morte. “É como se a gente estivesse no meio de
um oceano afundando e essas cartas são pequenas boias que jogam pra
gente, a gente vai se segurando e vai conseguindo ir em frente”, conta
José Carlos Kind, pai da menina Juju, que morreu aos 10 anos.
Os médiuns se concentram em uma sala reservada para fazer a triagem das
fichas. Eles explicam que a seleção das fichas é feita pelos
benfeitores, espíritos que facilitam a comunicação dos médiuns com os
familiares das pessoas que estão ali. “Os benfeitores estão aqui
conosco, então eles vão nos dizer aqueles que tem condições de
estabelecer uma sintonia ainda hoje”, explica Rogério.
Os médiuns começam a psicografar e escrevem durante três horas sem
parar. Só nossa equipe fica na sala com eles. Duzentas pessoas esperam
ansiosas por mensagens dos parentes que já morreram, a maioria jovens.
A faculdade de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora tem um
núcleo de pesquisas de espiritualidade. Os cientistas estudaram um
conjunto de cartas psicografadas por Chico Xavier. O médium psicografou
milhares de livros e cartas durante mais de 70 anos.
“O objetivo fundamental dessa pesquisa foi identificar se as informações
que estavam nas cartas, primeiro, era precisas e, segundo, se ele teria
tido acesso, por via regular, a essas informações”, explica Alexander
Moreira Almeida, psiquiatra.
“Elas deram, em 98% dos casos, exatas, precisas, verdadeiras”, conclui Elisabete Freire, psicóloga.
Entre as cartas de Chico Xavier pesquisadas pelos cientistas estão as de
Beto. Ele era estudante de medicina e morreu num acidente de trem, em
1972, aos 19 anos. “O sofrimento era muito grande e continua sendo muito
grande, só que depois que eu falei com Chico Xavier, quando eu dei a
mão para o Chico Xavier, é como tivesse penetrado em mim, no meu ser,
alguma coisa de muito importante, muito interessante”, conta Neri, pai
de Beto. A família recebeu 30 cartas psicografadas por Chico Xavier. A
primeira, com 72 páginas, já fala do acidente.
“É papel da ciência estudar os fenômenos da natureza. Uma das áreas que
nos interessa é porque as experiências espirituais podem ajudar a
entender. Porque essas experiências espirituais estão ligadas com
estados alterados de consciência, a mente está funcionando de modo
alterado, então uma das propostas é justamente tentar investigar se há
evidências de que a consciência poderia, de alguma forma, estar
funcionando fora dos modos atuais que nós conhecemos”, afirma o
psiquiatra.
Fonte:http://www.mensagemespirita.com.br/mensagem-em-video/756/mediuns-do-brasil-programa-profissao-reporter
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