Penso entender-te, coração amigo:
Quando o dia flameja; E a Terra Benfazeja; Parece um colo maternal; Trazes contigo a dor inexplicável; De quem carrega em si, na alma indisposta; A inquietação do pássaro que arrosta; Os flagelos de longo temporal...
Atravessaste estradas espinhosas; Duras tribulações de caráter violento; Trechos de desencanto e sofrimento; Veredas de amargor... Não te entregues, no entanto, a lamentos inúteis; A queixa acende fogo em palavras vazias; Mergulhando-te os dias; Em desespero arrasador.
Ante o barulho das questões humanas; Mesmo nas que te firam a pessoa; Afasta-te do mal, serve e perdoa; Não te prendas às teias do pesar... Recorda: toda nuvem surge e passa; Sob o tempo, em carreira desmedida; Como a dizer que a vida; Pede mais esquecer do que lembrar.
E hajam crises ou não pelo caminho; Ergue um templo à oração no próprio peito; Resguardando na fé o campo eleito; Dos teus sonhos e anseios tais quais são;
E reterás contigo o lúcido recanto; Da verdade que ampara, eleva e ensina; Encontrando, na paz da Luz Divina; A voz dos Céus no próprio coração.
Meimei;
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.
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